Ascana emprega tecnologia para combater fogo nos canaviais; câmeras vão monitorar 130 mil hectares

O combate ao fogo nos canaviais da área de abrangência da Ascana (Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê) ganha um reforço extra com a instalação de câmeras de monitoramento que vão detectar em tempo real se há fumaça em algum ponto dos 130 mil hectares de cana-de-açúcar plantados em 15 municípios da região. A iniciativa tem o apoio da Zilor.

A cerimônia de lançamento foi realizada hoje, 7 de abril de 2022, na sede da Ascana, e também marcou o início da Safra Canavieira 2022/2023. A previsão é de que sejam colhidas 7,6 milhões de toneladas de cana.

O Acontece na Região entrevistou Pedro Luís Lorenzetti, presidente da Ascana, para saber um pouco mais sobre o monitoramento já que a Ascana é pioneira no Brasil neste tipo de tecnologia de combate ao fogo.

“O combate ao fogo, acidental ou criminoso, nos canaviais é um desafio constante para todos os produtores de cana e nós estamos investindo em tecnologia em toda a operação, do plantio a colheita, com máquinas, drones, NIR portátil, que detecta o teor de sacarose direto no canavial, e não poderíamos deixar de investir em tecnologia nos 130 mil hectares de cana que ficam à mercê de focos de incêndio. A implantação deste sistema de monitoramento, por câmeras e por satélite, vai mostrar em tempo real e com localização exata onde está o foco de incêndio e, a partir das coordenadas, acionaremos os brigadistas”, explica Pedro Luís Lorenzetti, presidente da Ascana.

O serviço de monitoramento por câmeras vem se juntar a outras ferramentas importantes de combate ao fogo como a plataforma Cyan, que é via satélite, criando uma sinergia entre eles. Além disso, a população também pode colaborar avisando a ocorrência de fogo pelo telefone 0800 700 193 0.

Claudio Campanholi, gerente de parcerias agrícolas da Zilor fala o monitoramento dos canaviais

Para a Zilor, começar sua 76ª safra podendo contar com esta ferramenta de ponta e de alta tecnologia é importante para o combate aos focos de incêndio. “A maior parte das ocorrências de incêndio é criminosa e as câmeras vão nos dar agilidade no combate e a possibilidade de identificar quem foi o causador. Associado a isso, temos a Campanha Juntos Contra o Fogo e o lançamento do 0800 para que a comunidade nos ajude no combate ao fogo”, disse Claudio Campanholi, gerente de Parceiras Agrícolas da Zilor.

Para o Sargento Bergamasco, comandante do Corpo de Bombeiros de Lençóis Paulista, a nova tecnologia vai ajudar muito porque o tempo de resposta vai ser reduzido e vai ser possível ter acesso às imagens. “Hoje a gente recebe a ocorrência pelo 193 e, agora, tendo as imagens, vamos poder monitorar as áreas e definir o que preservar e por onde começar. Por exemplo, se a fumaça inundar uma rodovia, isso pode colocar a vida das pessoas em perigo e agora vamos saber isso com precisão”, comentou.

Participaram da cerimônia de lançamento das novas ferramentas de combate ao fogo, os associados da Ascana, o vice-prefeito de Lençóis Paulista, Manoel dos Santos Silva, o Manezinho, o vice-prefeito de Macatuba, Claudinei Moraes, o prefeito de Boracéia, Valdir de Souza Melo, vereadores, comandantes da Polícia Militar, Polícia Ambiental de Bauru e Botucatu, Corpo de Bombeiros, representantes da Polícia Civil da região, dentre outros convidados.

Autoridades, associados e convidados participaram do lançamento do serviço de monitoramento

COMO FUNCIONA

Foram instaladas 4 câmeras de monitoramento, de longo alcance e alta resolução, em pontos estratégicos sendo 1 em Lençóis Paulista, 1 em Pederneiras, 1 em Borebi e 1 em Pratânia. Elas giram em 360 graus, com movimento rotacional e cada giro tem 1 minuto de duração. Também tem a movimentação vertical e quando uma câmera detecta a fumaça, outra é direcionada para o mesmo ponto e desta forma é definida a coordenada.

“Temos como fazer a detecção em 3 minutos do local onde está o foco de incêndio. Isso dá agilidade e otimiza o trabalho por conta da geolocalização precisa que nós fornecemos às equipes de brigadas”, explica Eimi Arikawa, sócia-gerente da empresa Um Grau e Meio, responsável pela instalação das câmeras de monitoramento nos canaviais.

Como onde tem fumaça tem fogo, os controladores vão acionar imediatamente as equipes de brigadistas das agrícolas associadas por meio de um aplicativo de mensagens e a equipe que estiver mais próxima do local vai iniciar o atendimento da ocorrência. A estrutura de combate a incêndio da Ascana é formada por mais de 200 brigadistas treinados e 123 caminhões pipa. Para que o atendimento da ocorrência seja eficaz, a Ascana realiza anualmente o treinamento de novos brigadistas e reciclagem das equipes de combate a incêndio das agrícolas.

“No ano passado, com a implantação da comunicação via WhatsApp a gente conseguiu uma resposta muito rápida. Do comunicado de foco de incêndio até a chegada da brigada no local, o tempo médio foi de 10 minutos e o controle do fogo em 30 minutos. Um tempo bom, mas com o monitoramento via câmeras e plataforma Cyan deverá ser reduzido porque a detecção da fumaça será imediata, já que as câmeras são de alta resolução”, explica o presidente da Ascana.

A plataforma Cyan, que é via satélite, fornece dados climáticos e também detecta a fumaça. “A Ascana vem investindo em embarcar tecnologia de alta resolução tanto para produção agrícola e aumento de produtividade quanto para as questões de meio ambiente e até de impacto social, ajudando a monitorar as áreas de alagamento aqui em Lençóis Paulista”, conta Ricardo Imai, sócio gerente da Cyan Agroanalytics.

No ano passado, devido à seca e as geadas, os canaviais ficaram mais suscetíveis ao fogo, e esses fatores motivaram a Ascana a fazer investimentos em tecnologias que possibilitassem a detecção do foco de incêndio logo no início, permitindo a intervenção mais rápida dos brigadistas, minimizando assim os danos.

Pedro Luís Lorenzetti é presicente da Ascana

Tags

Compartilhe:

Notícias relacionadas

Receba as principais notícias da região no seu e-mail.