São Paulo aprova Escola Cívico-Militar

Escola Cívico-Militar pode ser implantada em escolas estaduais e municipais, parte pedagógica fica com Educação e disciplina com militares

A Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) aprovou ontem (21/05) o projeto de lei que cria o Programa Escola Cívico-Militar.

Proposto pelo governador Tarcísio de Freitas, o projeto teve 54 votos a favor e 21 contra e deve ser implementado ainda neste ano.

Manifestantes e estudantes contrários ao projeto causaram tumulto na Alesp e foram contidos pela Polícia Militar.

“Firmamos esse compromisso e estamos avançando. A comunidade vai votar e, de acordo com a votação de pais de alunos e professores, a gente transforma a escola em cívico-militar com policiais militares da reserva que vão atuar na disciplina e no civismo, e os profissionais da Educação ficam com a parte pedagógica”, destacou o governador, Tarcísio de Freitas.

A proposta tem como objetivos a melhoria da qualidade do ensino com aferição pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o enfrentamento à violência e a promoção da cultura de paz no ambiente escolar.

O programa será desenvolvido sob responsabilidade das secretarias estaduais da Educação e da Segurança Pública e a adesão fica a critério da comunidade escolar.

Veja como será implantada a Escola Cívico-Militar

Com a aprovação do projeto, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo dará início à implantação do programa ainda neste ano em unidades com índices de rendimento escolar inferiores à média estadual, atrelados a índices de vulnerabilidade social e fluxo escolar (aprovação, reprovação e abandono). A expectativa é que de 50 a 100 escolas adotem o modelo no Estado.

Para ser implantado, o programa Escola Cívico-Militar precisará passar pelo consentimento das comunidades escolares, que serão consideradas por meio de consultas públicas.

Um aviso deverá ser publicado no Diário Oficial com pelo menos 15 dias de antecedência de cada consulta às comunidades escolares.

O programa prevê que pais de alunos e professores sejam ouvidos para definir sobre a transformação da instituição em escola cívico-militar com policiais militares da reserva atuando na disciplina e no civismo, sem impacto na parte pedagógica.

As unidades educacionais do programa poderão ser implantadas em prédios escolares já existentes ou em novas, de forma gradual.

Além das escolas estaduais, municípios também poderão aderir à iniciativa do governo paulista.

Proposta é complementar ações pedagógicas, diz governo

Segundo o governo paulista, a implantação do novo modelo não exclui nenhum programa da Secretaria de Educação em andamento nas escolas.

A proposta é complementar as ações pedagógicas da Seduc e visa compartilhar com os estudantes valores como civismo, dedicação, excelência, honestidade e respeito.

A Educação de SP será responsável pelo currículo das unidades cívico-militares e a formação de professores.

Caberá à Secretaria da Segurança Pública a indicação dos policiais militares da reserva que atuarão como monitores nessas unidades de ensino, pelo desenvolvimento de atividades extracurriculares na modalidade cívico-militares, organização e segurança escolar.

A nova legislação prevê um processo seletivo dos policiais da reserva que atuarão no programa e o pagamento de seus salários por parte da Educação. Será ao menos um PM por escola.

No caso de escolas municipais, a Segurança Pública colabora com as prefeituras e a seleção fica a critério das secretarias municipais.

O investimento nas escolas cívico-militares será o mesmo já previsto nas unidades regulares.

O impacto orçamentário já está incluso no custo de pessoal da pasta, cujo valor de R$ 7,2 milhões será destinado, anualmente, para o pagamento dos militares.

Escolas Cívico-Militar são aprovadas pelos deputados paulistas

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