Presidente do CMDCA, Laís Souza diz que em 2024 foram atendidos mais de 400 casos de violência contra crianças e adolescentes.

O combate ao abuso e à exploração sexual infantil é um trabalho diário e que neste mês de maio é intensificado em todo o Brasil.

“Infelizmente, os números estão aumentando e chegam até mais do que dobrar de ano a ano. Só nesse começo de 2024, praticamente atingimos o número de encaminhamentos que tivemos no ano passado. Já passamos dos 400 casos atendidos, em uma média de 80 casos encaminhados por mês”, diz Laís Souza, presidente do CMDCA de Lençóis Paulista.

Com a proposta de mobilizar, conscientizar e fazer o enfrentamento do tema, a data de 18 de maio foi instituída como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil.

E neste sábado (18/05), o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) de Lençóis promove uma caminhada, com saída às 9h, da antiga rodoviária.

“A Caminhada Faça Bonito se tornou uma tradição e a saída será às 9h da Praça Mirtinho Chaveiro, vamos subir pela Rua XV e depois voltaremos à antiga rodoviária. É muito importante que a gente leve para a população essa questão do abuso sexual contra crianças e adolescentes porque precisamos criar uma cultura de proteção”, convida o secretário de Assistência Social, Ney Góes.

Confira a entrevista completa:

Veja o que configura abuso sexual de crianças e adolescentes

A presidente do CMDCA de Lençóis explica que a legislação mudou e que antes só era considerado crime de violência sexual quando o estupro era consumado.

Na legislação em vigor, é considerado violência sexual qualquer situação que coloque a criança no contexto de sexualidade como forçar a criança a consumir conteúdo de pornografia e a presenciar atos de relação sexual.

“É crime manipular o corpo da criança, fazer com que a criança manipule o corpo do adulto. E isso acontece com mais frequência do que a gente imagina”, explica Laís Souza.

Outro dado alarmante é que em meninos a maioria dos casos de abusos começam na primeira infância e, em meninas, na pré-adolescência, sendo que a maioria é dentro de casa.

Saiba onde denunciar a violência sexual

A denúncia de violência sexual contra crianças e adolescentes pode ser feita pela vítima, familiares ou pessoas que saibam dos casos.

O principal canal de denúncia é o Disque 100 que é uma linha ligada ao Ministério Público. A partir da ligação, é desencadeada uma cadeia de atendimento e o Conselho Tutelar.

“Temos a escuta especializada onde a criança pode fazer o que chamamos de revelação. A criança pode revelar na creche, na escola, no posto de saúde, onde ela sentir confiança. E não precisa ser só criança, alguém que teve conhecimento de uma tentativa de abuso pode procurar qualquer um desses órgãos que vai ser encaminhado para escuta especializada e nós vamos fazer todos os atendimentos e os encaminhamentos necessários”, finaliza Ney Góes.

*Texto editado em 17/05/2024, 12h42. No título e subtítulo foi trocada a palavra abuso por violência.