Em Lençóis Paulista, o Conselho dos Direitos da Mulher existe há vários anos e busca soluções para os problemas enfrentados pelas mulheres que são vítimas de violência. Neste Agosto Lilás, o Acontece na Região conversou com Adriana Lenci que preside o Conselho e fala sobre o trabalho realizado.

Ela explica que o Conselho da Mulher tem um trabalho deliberativo e não executivo. “Nós não vamos lá e tiramos a mulher de dentro da casa onde ela é violentada. O conselho é deliberativo. Ou seja, nós mapeamos a cidade, vemos todas as necessidades e fazemos ações. Então o conselho trabalha de uma maneira paralela. Enxergando a cidade de uma outra maneira para ver o que se pode fazer para melhorar ou prevenir algumas situações”, explica Adriana.

Para realizar seu trabalho, o Conselho atua junto à secretarias municipais, como a da Assistência Social, Saúde e Educação e também com o Cejus e o Ministério Público. “Nós vamos entendendo, fazendo parcerias ou fortalecendo as parcerias e cobrando deles o que precisa ser feito”, conta.

Adriana Lenci destaca que fez um mapeamento e que a cidade registra muitos casos de violência contra a mulher. No mês passado, uma mulher de 30 anos foi assassinada pelo ex-companheiro enquanto dormia. Ele não aceitava o novo relacionamento. Ela deixou 2 meninas.

“Nós temos casos de estupro, de esfaqueamento e temos mulheres que às vezes não gritam. Quando um caso vem à tona, que foi o caso da mulher que faleceu, choca todo mundo. Mas isso a gente não pode deixar acontecer. A gente precisa gritar antes, nós precisamos unir forças e gritar”, orienta.

Adriana ressalta que nos casos de violência física e estupro, a mulher deve ligar para o 190. Depois é atendida na UPA e encaminhada para o RAIS Mulher. Quando a mulher se sentir ameaçada e não quiser ir até a Delegacia, pode fazer o boletim online ou então procurar ajuda no CRAS, no CREAS e em todas as unidades de saúde.

“Mulheres gritem, nós não podemos continuar aceitando mulheres morrendo e mulheres sendo espancadas e nem com violência moral, nem com violência psicológica, porque quando chega na agressão ela já passou pela moral, pela psicológica e nós não queremos que chegue num feminicídio”, finaliza Adriana Lenci.

Assista abaixo a entrevista completa: