Fome emocional: quando a comida se torna alívio

Uma sensação constante de fome, apesar das refeições diárias serem feitas nos horários habituais. Esta necessidade pode estar relacionada a um distúrbio provocado especialmente pela ansiedade e estresse. Chamado de fome emocional entre especialistas da psicologia, esta condição faz com que as pessoas procurem na comida uma forma de encontrar sensações agradáveis, se livrar de sentimentos ruins, buscar alívio e conforto.

De acordo com a psicóloga e hipnoterapeuta Karina Marcuci, a fome emocional é constante, o que significa ser diária na vida do paciente. E qualquer gatilho pode ativá-la. Sabe aquela história de comer um pote de sorvete após o término de um namoro? É uma forma de consolo pela comida. Ao comer por impulso, não se faz uma escolha consciente da comida”, sentencia.

Psicóloga e hipnoterapeuta Karina Marcuci fala sobre fome emocional

A situação é muito parecida com aquelas pessoas que compram compulsivamente, as chamadas “acumuladoras”. Neste caso, em vez de comida, a compulsão é por bens materiais. Ambos os quadros estão associados a níveis altos de estresse, ansiedade, vazio intenso, depressão e até Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).

“A fome emocional também pode estar presente na vida de quem vive quadros relacionados a transtornos alimentares. O ato de comer pode trazer posteriormente um grande desconforto, arrependimento e até culpa”, acrescenta Karina.

Fome x fome emocional

A fome emocional é despertada repentinamente, levando à ingestão de qualquer alimento que traga conforto. Mesmo após estar saciada, a pessoa não consegue parar de comer. O desfecho vem com a sensação de culpa e frustração. Já a fome orgânica é natural e deve ser respeitada, já que é necessária para manter as funções vitais do organismo.

Consequências

Quando não tratada, a fome emocional pode gerar problemas sérios à saúde do paciente, como obesidade, hipertensão, apneia do sono, colesterol alto, diabetes e problemas cardiovasculares. Isso por conta da ingestão incorreta de alimentos e falta de nutrientes no organismo. A autoestima também pode ser prejudicada.

Uma maneira de lidar com a fome emocional é buscar atividades que ofereçam bem-estar. Exercícios físicos, maior convívio social, passeios, viagens, investir nos estudos são excelentes antídotos.

Tratamento

O acompanhamento psicológico apoiado na hipnoterapia pode auxiliar o paciente a reconhecer os gatilhos que o levam a perder o controle diante da comida. Auxiliam ainda na busca de um maior equilíbrio das emoções diante das adversidades da vida. Dependendo da gravidade, também pode ser indicada a ajuda de outros profissionais, como nutricionista e psiquiatra.

 “É imprescindível que o paciente reconheça que precisa de tratamento e busque ajuda de familiares, amigos e profissionais. É fundamental tratar das razões da patologia para começar a resolver o problema”, acrescenta Karina.

Fome emocional é um distúrbio e pode ser tratado

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