Inflação em alta afeta bolso do trabalhador; economista diz que é preciso pesquisar

Os alimentos e os combustíveis estão com os preços nas alturas. A inflação acumulada dos últimos 12 meses foi de 12,13% já que no mês de abril o índice ficou em 1,06%. Esta é a maior taxa acumulada para 12 meses até abril, desde 2003. Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) que é o índice oficial para base do cálculo da inflação no Brasil. Com as constantes elevações o salário não acompanha o aumento dos preços, e o trabalhador perde o poder de compra.

Mas como esticar este salário para que seja possível chegar ao final do mês?

O Acontece na Região conversou com Fábio José Esguícero, que é professor de economia e diretor do Sicoob 4474, para entender este cenário inflacionário e buscar orientações de como o trabalhador pode amenizar os impactos dos preços altos.

“Ter na ponta do lápis o que ganha e o que tem para pagar e tomar cuidado com dívidas de longo prazo é fundamental. Os economistas estão com dificuldades em prever quando esta inflação vai baixar, provavelmente vamos até o final do ano com esses preços”, diz.

O desafio do trabalhador é chegar ao final do mês com o salário que recebe. O economista explica que não tem milagre, mas sim disciplina. É preciso ter o pé no chão, ter o controle real dos gastos, cortar o que consegue e pesquisar sempre antes de fechar as compras.

“A inflação medida pelo IPCA no mês de abril atingiu alta de 12,13%, maior índice acumulado em 12 meses nos últimos 20 anos e 80% desta inflação está concentrada em alimentação e transporte. Estes dois itens aliados à moradia compõem a maior parcela dos gastos das classes mais baixas, o que provoca um engessamento do poder de compra do trabalhador, que tem seu salário reajustado uma vez por ano”, explica Esguícero.

O problema que este cenário econômico de inflação não ocorre somente no Brasil. Por conta do lockdown durante a pandemia, a guerra da Ucrânia e outras variáveis, a inflação está presente em quase todos os países.

“Se a gente observar, é um caldeirão de ingredientes que vem afetando a inflação. Desde o lockdown, onde as empresas pararam de produzir e depois na retomada não tinham matéria-prima para suprir a demanda, até a guerra da Ucrânia”, diz o diretor do Sicoob 4474.

A Rússia é grande produtora de petróleo e o conflito com a Ucrânia causou instabilidade no fornecimento de petróleo, gerando elevação de preços.  Ainda quanto ao conflito, os dois países são grandes produtores de alimentos, reduzindo a oferta destes produtos que resultou na elevação internacional das cotações.

“Com os preços em alta, os produtores brasileiros têm obtido maior lucro exportando sua produção, diminuindo a oferta interna e colaborando ainda mais para alta dos preços. Além disto, com a alta do petróleo, o diesel encarece os custos de transporte no Brasil, pois 70% do que chega na nossa casa é transportado por via terrestre”, esclarece o economista.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Professor de Economia, Fábio Esguícero fala sobre a inflação

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