Estudo da USP aponta que palavras como fuça, anca e goela estão caindo em desuso

Os moradores do interior paulista são conhecidos por caipiras e, claro, tem seu dialeto próprio, formado por palavras de várias línguas. O ‘caipirês’ foi o tema da tese de doutorado que estudou as palavras que estão em desuso. O trabalho foi feito pela professora de Língua Portuguesa da Cooperelp de Lençóis Paulista, Lívia Barizon, que conversou com o Acontece na Região.

O estudo comparou o vocabulário em 3 faixas etárias e foi realizado em 8 cidades do interior paulista. O recorte foram as palavras relacionadas ao corpo humano. De 85 palavras escolhidas para a análise, a pesquisa mostrou que os jovens não conhecem 58% delas.

“Eu comprovei que algumas palavras os idosos usam mais que os jovens. Por exemplo, para o quadril, encontrei as variações de ‘anca’, ‘as cadeira’, ‘os quarto’. Para nariz, os idosos usam ‘fuça, napa’. E os jovens falam nariz, mesmo. Na pergunta eu dava o conceito e a pessoa me falava a palavra. O terçol, por exemplo, encontrei como viuvinha e eu nunca tinha ouvido isso aqui na nossa região”, conta a professora que dá aulas em Lençóis Paulista e mora em Agudos.

Outro dado interessante que a pesquisa mostrou é que 82% das palavras do ‘caipirês’ também estão presentes na língua galega. Ela explicou que esta similaridade ocorre porque antes a região da Galícia, na Espanha, pertencia a Portugal.

Confira no vídeo na entrevista completa com a doutora Lívia Barizon

Professora doutora Lívia Barizon fala sobre o ‘caipirês’

Tags

Compartilhe:

Notícias relacionadas

Receba as principais notícias da região no seu e-mail.