O Hospital Nossa Senhora da Piedade, de Lençóis Paulista, participa do Movimento Chega de Silêncio, que busca expor a grave crise financeira das santas casas e hospitais filantrópicos e angariar apoio para o repasse de verbas em regime emergencial para que seja possível manter o equilíbrio financeiro e, consequentemente, não ter o atendimento paralisado.
Em entrevista ao Acontece na Região, o Dr. Luiz Otávio Viana, que é administrador do Hospital Piedade, fala da situação dos hospitais que atendem o SUS e também pede que as lideranças ajudem neste socorro às santas casas e hospitais filantrópicos.
“Desde do Plano Real (1994), tivemos 99% de reajuste na tabela do SUS, enquanto isso, neste período, o salário mínimo teve mais de 1.500% de aumento e o INPC somou mais de 2 mil por cento de reajuste. Por isso, as contas não fecham”, explicou.
As santas casas e hospitais filantrópicos são responsáveis pelo atendimento de mais de 50% do SUS em todo o Brasil. Do serviço prestado, o SUS repassa, em média, 60% do valor gasto. Por exemplo, um parto normal custa em média R$ 700 e o SUS paga R$ 450. Essa diferença vai se transformando em dívidas. Juntas, as 1.870 santas casas tem dívidas que já ultrapassam os R$ 20 bilhões.
O Movimento Chega de Silêncio é coordenado pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas e pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo.
Com a aprovação do piso salarial para a enfermagem, a situação financeira das santas casa deve ficar ainda pior já que está sendo calculado um aumento de até 47% nas folhas de pagamento. “O piso da enfermagem é merecido, mas a gente precisa saber quem vai arcar com mais este custo. A gente precisa saber de onde vem o recurso. Por isso, é mais uma preocupação para os administradores dos hospitais filantrópicos”, diz Viana.
O administrador do Hospital Piedade pede que as lideranças ajudem e façam pressão junto aos seus representantes, deputados federais e estaduais, para que eles apoiem a causa e atuem no socorro aos hospitais.
Confira a entrevista completa:
