A Prefeitura de Macatuba incinerou 400 kg de feijão esta semana e alegou que recebeu o produto já em condições impróprias para o consumo. O feijão incinerado fazia parte das cestas básicas doados ao Município em julho de 2021 pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo. A Câmara recebeu uma denúncia sobre o caso e o vereador Paulo Neves foi até o local e comprovou a incineração do feijão e de outros produtos, como farinha de trigo. Algumas das embalagens apresentavam data de validade para 2022.
O caso ocorreu nesta quarta-feira (12/01) e no mesmo dia o presidente do Legislativo, Júlio Saes, e os vereadores Cristiano Mendes e Paulo Neves encaminharam um requerimento ao prefeito Anderson Ferreira solicitando informações sobre a data de quando o produto foi recebido pelo Fundo Social do Município, se houve a conferência da mercadoria no recebimento da mesma, assim como informações sobre a nota fiscal que comprove a data em que os sacos de feijão chegaram.
Os vereadores questionaram também o motivo que o alimento não foi entregue às famílias necessitadas. Até o momento (dia 14/01), a Câmara não recebeu nenhuma resposta da Prefeitura.
Segundo nota da Câmara, fotos tiradas no local mostram que alguns sacos de feijão haviam sido empacotados no dia 07/07/2021 com vencimento para 07/01/2022. Portanto, a administração pública teria seis meses para realizar a entrega das cestas antes do vencimento. A incineração do produto vencido ocorreu nesta semana, no dia 12 de janeiro.
Pelas fotos tiradas pelo vereador Paulo Neves, é possível ver que o descarte do feijão que segundo o comunicado oficial da Prefeitura estava estragado e com larvas foi feito pelo caminhão que faz a entrega da merenda e de outros produtos alimentícios para os demais setores da Prefeitura. Também é possível ver nas fotos que outros produtos foram descartados, em menor quantidade, como a farinha de trigo.
OUTRO LADO- PREFEITURA
Em nota oficial veiculada nas suas redes sociais e enviada ao Acontece na Região, a Prefeitura de Macatuba confirmou que recebeu no mês de julho cestas básicas do Governo do Estado de São Paulo e que ao fazer uma conferência de rotina verificou muitas embalagens de feijão estragadas e com larvas, vencidas ou com datas de vencimento muito próximas – total de 400kg do produto impróprio para o consumo.
“Diante deste cenário, o Fundo Social de Solidariedade de Macatuba entrou em contato com o Procon-SP para notificar a cerealista responsável pela marca do feijão e ficou constatado que a mesma teria decretado falência e fechado as portas. Já em contato com a coordenadoria regional do Fundo Social do Estado de São Paulo, a orientação foi para que comprássemos o item e repuséssemos na cesta básica. Como o Fundo Social de Solidariedade de Macatuba conta com o produto em estoque por conta de campanhas realizadas durante o ano, o item foi trocado e as cestas básicas enviadas às famílias carentes em condições normais. Já o feijão vencido foi incinerado”, diz a nota.
OUTRO LADO – FUNDO SOCIAL DO ESTADO
O Acontece na Região encaminhou um e-mail ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo perguntando se eles têm conhecimento do fato e se realmente o feijão foi entregue já sem condições de consumo. Até a publicação desta reportagem, a resposta não havia chegado, assim que chegar o texto será atualizado.
Já em nota encaminhada ao Jornal da Cidade de Bauru, o Fundo Social do Estado informou que Macatuba recebeu cestas do programa Alimento Solidário nos meses de maio, julho e novembro e que a responsabilidade de distribuição às famílias de extrema pobreza era de responsabilidade do Município.
A nota diz ainda que o feijão tinha validade de 4 meses e que ao saber dos fatos tentou contato ontem (13/01) com a Prefeitura de Macatuba para saber mais detalhes, mas não teve sucesso e que retornaria as ligações nesta sexta-feira.