Hidrovia Tietê-Paraná opera abaixo da capacidade em Pederneiras; se estiagem persistir operação deve ser paralisada

A região Sudeste vive uma das piores secas da história e a falta de chuvas na Bacia do Rio Paraná pode paralisar as operações da Hidrovia Tietê-Paraná nos próximos dias. A hidrovia é importante para o escoamento de grãos da região Centro-Oeste até o Porto de Santos.

No Porto Intermodal de Pederneiras, a hidrovia segue operante, mas bem abaixo da capacidade já que o limite de carga das barcaças precisou se diminuído. Segundo a Prefeitura, apenas 2 empresas trabalham com transporte na hidrovia. Uma delas está operando com essas restrições (carga menor) e a outra está operando em menor regularidade.

A nota diz ainda que caso a estiagem continue, as empresas devem suspender as operações no próximo dia 20 de agosto. E é o que deve acontecer, já que a previsão dos institutos de meteorologia é de que não deve chover na região até o final de agosto.

O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo vem reduzindo gradativamente o calado máximo das embarcações, o que afetou também o número de comboios em operação. Entre janeiro e maio, foram 24. Atualmente, apenas dez estão trafegando na hidrovia.

Hidrovia Tietê-Paraná é importante via de escoamento de grãos do Centro-Oeste até o Porto de Santos

A paralisação do tráfego de barcaças na Hidrovia Tietê-Paraná foi aventada pelo ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, no final de julho quando ele falava sobre a crise de energia elétrica. Como a base do sistema energético brasileiro vem de usinas hidrelétricas, era de se esperar queda de produção por conta da estiagem.

“Chega um ponto, como a crise é muito severa, em que a gente vai ter que fazer uma opção. Ou a gente reserva a água para gerar energia ou a gente mantém a hidrovia operando. Quando a gente coloca na balança prós e contras dessas duas opções, nós vamos poupar água para gerar energia. Então, acredito que agora em agosto a gente já vai ter que realmente segurar mais água e isso vai impedir a movimentação no Tietê”, afirmou Freitas.

Na última grande crise hídrica do Brasil, entre 2014 e 2015, a Hidrovia Tietê-Paraná foi totalmente paralisada e o prejuízo estimado pelo governo paulista foi de R$ 700 milhões levando em conta o aumento no custo do frete, demissões, suspensão de investimentos e custos portuários.

Vista do Porto Intermodal de Pederneiras

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