Alguns moradores de Macatuba estão indignados com a situação do novo cemitério parque “Recanto da Paz” que começou a ser utilizado neste ano. Segundo postagens em redes sociais, familiares alegam que o local não tem infraestrutura, manutenção e que fica fechado o tempo todo.

O local foi inaugurado em 30 de dezembro de 2020 pelo ex-prefeito Marcos Olivatto e a comercialização dos lotes para os enterros começou a ser feita em janeiro de 2021, já na administração de Anderson Ferreira.

Como o local está fechado, não foi possível ao Portal de Notícias Acontece na Região conferir a real situação do local, mas as fotos postadas nas redes sociais deixam claro a situação de abandono do local. Para os familiares, seus entes queridos estão ‘no pasto’.

O tema ganhou repercussão no começo da semana quando a Prefeitura publicou uma nota admitindo os problemas e dizendo que vai abrir uma sindicância interna para apurar o caso.

Em nota, o prefeito Anderson Ferreira reconhece os problemas e reitera que vai abrir uma sindicância para apurar inconsistências no projeto como, por exemplo, a profundidade das carneiras.

A nota diz ainda que a Prefeitura vai manter o cemitério fechado e que os familiares devem solicitar, por telefone, a abertura do local cada vez que foram fazer uma visita. “Como a obra do Cemitério Municipal “Recanto da Paz” não está concluída e não há infraestrutura básica – como é o caso da água – nós decidimos manter o local fechado, já que a presença de um servidor no cemitério se torna difícil. No entanto, todos os entes dos falecidos contam com o telefone do responsável, que está de prontidão para viabilizar visitas”, diz trecho da nota distribuída ontem.

A Prefeitura não quis informar ao Acontece na Região quantas pessoas estão sepultadas no Cemitério Recanto da Paz. A nota também não deixa claro se outros sepultamentos serão realizados no local a partir de agora.

Além da falta de manutenção, outros pontos estão em discussão como a falta de água e a rotatória de acesso que não está concluída. Estes dois pontos criou um impasse entre a atual e a antiga administração.

O ex-prefeito Marcos Olivatto fez uma postagem em suas redes sociais e alegou que precisou entregar o novo cemitério às pressas porque não tinha onde sepultar mais ninguém no cemitério antigo. “Fizemos uma entrega parcial porque a área é grande e deixamos prontas 50 carneiras que seria uma média de uso para 1 ano. Este foi o primeiro módulo do cemitério. A área não tinha infraestrutura nenhuma e a urgência fez com o processo fosse acelerado para que as famílias macatubenses pudessem enterrar seus entes queridos aqui. Não tem mais carneira nova pra vender no antigo cemitério. Isso é fato”, diz a nota publicada na rede social.

Olivatto alega ainda que a prioridade do novo cemitério sempre foi o sepultamento, tanto que a licença da Cetesb é só para sepultamento e não inclui o velório. Quanto a falta de ligação de água, disse em entrevista ao Acontece na Região que era preciso pedir a ligação e finalizar as outras demandas, como compra de mobiliário, equipamentos para o sepultamento, asfaltar a rotatória, dentre outras ações.

“Foi uma entrega parcial para atender a população, olha quantas pessoas morrendo pela Covid-19, se não tivesse este cemitério todos teriam que ser enterrados em outras cidades. O meu antecessor comprou o terreno, eu consegui construir uma parte porque as licenças da Cetesb demoraram para sair e agora o trabalho deve continuar nesta administração. Não deu tempo de deixar como eu gostaria, mas ficou dinheiro em caixa para a finalização”, explica Olivatto.

O prefeito Anderson Ferreira explicou, em nota, que o asfalto da rotatória realmente está licitado, mas que é preciso fazer uma obra de drenagem e terraplanagem no local que precisa ser licitada, já que a Prefeitura não tem os equipamentos necessários e que a sindicância interna vai apontar as outras necessidades para que local fique adequado até o final deste ano.

“A ideia da sindicância não é apontar culpados, mas sim resolver o problema de maneira correta. Reconhecemos que as instalações, da forma como se encontram, não oferecem as condições adequadas para sua plena utilização e nos desculpamos com a comunidade – em especial com as famílias -, pelo desconforto e eventuais transtornos que foram causados e nos comprometemos a finalizar a obra inacabada até o final do ano”, diz trecho da nota enviada pela Prefeitura de Macatuba.