Prevenção e vacina são as formas de conter a epidemia, diz médica infectologista

O Brasil passa por um momento delicado no controle e combate da pandemia do novo coronavírus. Os hospitais estão em colapso e faltam leitos de enfermaria, UTI, medicamentos, equipamentos e oxigênio. Uma luz no final do túnel nos mostra a vacina e a chegada de novos medicamentos para o tratamento da Covid 19 podem ser a solução a curto prazo.
O Acontece na Região entrevistou a médica infectologista Dra. Geovana Momo Nogueira de Lima que integra a Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus da Unimed Lençóis Paulista e coordena Serviço de Infecção do CMU. No Hospital de Base de Bauru ela coordenadora do núcleo de segurança hospitalar desde 2012. A entrevista está dividida em duas partes, uma sobre tratamento e a outra sobre os casos da doença.
Para a especialista, a situação não é tão simples assim. Dra Geovana diz neste momento da pandemia a vacina é o ideal. O problema é que segue a passos lentos. A outra medida importante é se prevenir, se cuidar. Ficar em casa se puder e usar máscara e fazer a higienização das mãos ao sair, por exemplo.
“A gente ouve que foram entregues milhões de doses de vacina, mas temos que lembrar que o nosso País é continental e quando analisamos a porcentagem de vacinados, vemos que estamos bem distantes ainda”, explica.
Quanto aos novos medicamentos que estão sendo anunciados, a Dra. Geovana acredita que podem ser aliados no tratamento dos internados, mas que ainda não estão disponíveis e precisam de tempo para serem validados.
“Hoje, os medicamentos que a gente tem aprovado pela Anvisa são dois: o rendesivir e uma que é usado para a artrite reumatoide. Eles podem ser usados em alguma fase do tratamento da Covid 19, mas não são para os casos graves de UTI. São para os quadros mais simples e os medicamentos diminuem a quantidade de dias de internação. Para um sistema hospitalar que colapsou nestas semanas é importante ter estes medicamentos”, explicou.
Com relação ao Soro do Butantã que vai entrar na fase de testes clínicos e está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantã, de São Paulo, a médica acredita que vai ser um aliado, caso se comprove eficiente.
“Nós tivemos uma prática com o soro de convalescente em que aquelas pessoas que já tiveram a Covid 19 fizeram uma doação de sangue e a gente aplicou este soro nas pessoas que estavam doentes numa tentativa de que os anticorpos já estariam prontos, com uma imunidade muito melhor. Isso a gente viu que não teve muita validade. Mas quando a gente traz isso para o Soro do Butantã a gente tem uma técnica diferente. Os novos estudos demonstrados na comunidade científica fazem parecer que vamos ter um aliado a mais”, avalia e enfatiza que é preciso se cuidar.
Ela orienta que quem puder fique em casa. Quem precisa sair para trabalhar deve ter alguns cuidados. Primeiro ter a consciência de quando voltar para casa de que não apresenta nenhum sintoma gripal e, segundo, deixar o calçado e a roupa em um ambiente que o resto da família vão vai ter contato. Evitar abraçar e beijar a família.
“E o mais importante é o uso de máscara, mas tem que colocar e não pode ficar mexendo como eu vejo por aí: no queixo, na testa ou então entra no carro e tira. Esta máscara, a parte externa teoricamente, teve contato com o vírus, então necessito ter este cuidado para não trazer o vírus para dentro de casa. Outra questão é a higienização das mãos que é o que previne a grande maioria das doenças”, finaliza.

Assista o vídeo e confira a primeira parte da entrevista com a Dra. Geovana.

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