O perfil da Covid 19 mudou e os jovens estão na UTI, diz Dra. Geovana

O número de casos da Covid 19 disparou em Lençóis Paulista e em toda região. Alguns municípios fecharam o comércio e supermercados para diminuir a circulação de pessoas, uma vez que o perfil dos novos casos é de jovens sem comorbidades. Apesar das ações, os leitos de UTI estão lotados e a rede hospitalar, pública e privada, entrou em colapso.
O Acontece na Região entrevistou a médica infectologista Dra. Geovana Momo Nogueira de Lima que integra a Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus da Unimed Lençóis Paulista e coordena Serviço de Infecção do CMU. No Hospital de Base de Bauru ela coordenadora do núcleo de segurança hospitalar desde 2012.
“Nós tivemos uma mudança no perfil do paciente, antes era a pessoa com mais idade, com comorbidades. Infelizmente hoje eu atendo pacientes mais novos do que eu e que preciso indicar uma internação e, às vezes, até uma UTI. Isso é constante em pacientes jovens. Eles me falam, sou saudável, faço academia, não bebo, não fumo e não sei como fui parar numa internação”, diz a médica infectologista Dra. Geovana Momo Nogueira de Lima.
Ela conta que o Pronto-Atendimento da Unimed de Lençóis Paulista chegou a registrar 160 consultas em um dia, sendo que 60% eram de casos da Covid 19. Foi preciso buscar leitos de UTI nos hospitais da região porque teve dias do Hospital Nossa Senhora da Piedade não conseguir atender a demanda.
“Nós temos uma estrutura muito boa para atender os nossos cooperados, temos o Centro Médico, o Pronto-Atendimento e leitos de retaguarda no Hospital Piedade que é nossa referência, mas que estava quase na sua capacidade máxima. E aí temos que procurar leito na região porque num momento de pandemia e de colapso, a gente visa atender o paciente, independente se ele tem plano de saúde ou não tem. Estamos trabalhando dia e noite. Tranquilidade não temos, mas temos equipe médica buscando leitos e o nosso cooperado está em situação favorável, conseguimos internação para todos os casos”, explica a médica infectologista.
A Dra. Geovana acredita que a desaceleração da pandemia ainda vai demorar e que neste momento o melhor é se cuidar e tomar a vacina, que segue lentamente.
Ela orienta que quem puder fique em casa. Quem precisa sair para trabalhar deve ter alguns cuidados. Primeiro ter a consciência de quando voltar para casa de que não apresenta nenhum sintoma gripal e, segundo, deixar o calçado e a roupa em um ambiente que o resto da família vão vai ter contato. Evitar abraçar e beijar a família.
“E o mais importante é o uso de máscara, mas tem que colocar e não pode ficar mexendo como eu vejo por aí: no queixo, na testa ou então entra no carro e tira. Esta máscara, a parte externa teoricamente, teve contato com o vírus, então necessito ter este cuidado para não trazer o vírus para dentro de casa. Outra questão é a higienização das mãos que é o que previne a grande maioria das doenças”, finaliza.
Assista o vídeo e confira a segunda parte da entrevista com a Dra. Geovana.

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