Casos devem continuar subindo até meados de abril, diz dr. Norberto

Com todos os leitos do Hospital Nossa Senhora da Piedade ocupados, com 22 pessoas com Covid 19 entubadas (dados do dia 26/3), o médico e presidente do Comitê de Enfrentamento da Covid 19, Norberto Pompermayer, disse que a estabilização e queda dos novos casos deve ocorrer só em meados de abril.
“A positividade dos exames caiu um pouco, de 70% de positivo hoje estamos na faixa de 35%, que era uma média que estava antes, mas estes índices só devem baixar por volta de 15 de abril pelo que vimos com cientistas e epidemiologistas. Não paramos de crescer e devemos continuar neste toque, estamos subindo ainda. Isso deve começar a descer na segunda ou terceira semana de abril”, explicou.
Segundo o médico, a situação está crítica porque hoje o hospital tem 18 leitos de UTI e no dia 26/3 outras 4 pessoas estavam entubadas na sala de emergência. Com o atendimento local, Lençóis praticamente não envia doentes para as cidades de referência que são Bauru, Jaú e Botucatu, mas disse que os insumos estão se esgotando e que pediu ajuda para as cidades da região.


“Eu peço respeito pelas pessoas que estão internadas e consciência para que cada um se cuide, use máscara, evite aglomeração e mantenha as mãos higienizadas. É você que tem que se cuidar, não é o prefeito. E se adoecer, tenha paciência, a fila é longa”, desabafou e emendou “vamos perder muitos soldados nesta guerra, eu não quero assustar ninguém, eu quero apavorar. O hospital está lotado, equipe cansada, médico esgotado de ver as pessoas morrendo. Vendo a pessoa com angústia respiratória e não ter um respirador para colocar”.
Dr. Norberto reforça que as medidas de prevenção são as melhores e insiste em pedir que as pessoas usem máscaras, evitem aglomeração e mantenham as mãos limpas porque a contaminação ocorre pela saliva, espirro e tosse e também quando se toca em um objeto contaminado.


O presidente do Comitê disse ainda que é preciso equilibrar a economia e a condição epidemiológica e sanitária e que o vírus não reconhece a divisa dos municípios. “Ele passa de Lençóis para Bauru, Macatuba, Pederneiras. Afinal, veio de Manaus. Quem perdeu parentes quer que fecha tudo, a gente entende, como a gente entende quem luta para por comida em casa, ou morre de covid ou morre de fome. O negócio é do trabalho para casa e seguir as recomendações sanitárias”, finalizou.

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